#53: 🥺 Falar de liderança é falar de sofrimento.
Confiança Radical é a newsletter de todas as quartas-feiras para líderes e profissionais de tecnologia que reconhecem que já enfrentam desafios suficientes e, por isso, não desejam perder tempo com desconfianças infundadas, feedbacks incompletos e improdutividade. Se você está recebendo este e-mail de alguém, inscreva-se agora mesmo!
Tenho o prazer de apresentar Mateus Santos, um talento que enriquece o time da Impulso com sua criatividade e paixão pela escrita. Formado em Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero, Mateus traz consigo não apenas a formação acadêmica, mas também uma formação literária inspirada por nomes como Rick Riordan e J.K. Rowling. Atuando como Redator de Conteúdo e Tradutor, ele também se aventura no mundo da literatura, sendo o autor de "24 Horas de Amor". Mateus é um exemplo de como a paixão pela escrita pode transcender as páginas, influenciando seu trabalho e projetos pessoais. Convido vocês a segui-lo nas redes sociais em @mateuslpsantos e a mergulhar em suas histórias por meio da sua Newsletter.
Não de um jeito masoquista, nem mesmo de forma que as pessoas acabem normalizando problemas de saúde mental. Mas como uma confirmação assertiva de que liderar pessoas é um processo coletivo, uma parceria de dois lados que acontece, como o Márcio gosta de colocar, a partir de uma confiança radical. Liderados precisam confiar radicalmente na figura de liderança. Para onde esse barco está sendo levado? O que é que nos espera no nosso destino? E como posso ter certeza de que estou em segurança? A verdade é que, sim, algumas dessas perguntas podem ser respondidas, especialmente em uma fase positiva da empresa, onde os ganhos financeiros falam mais do que as perdas. Mas e quando o mar está mais agitado do que o esperado? A fala perde espaço, a insegurança toma conta e a única coisa que sobra é uma confiança extremamente radical de que a pessoa no comando do timão vai conseguir nos levar aonde queremos chegar.
❤️ Com o Márcio sempre foi assim.
Tive o privilégio de trabalhar com ele na Impulso por mais de um ano em um dos ciclos profissionais mais felizes que tive em toda a minha vida. E quando falo em felicidade neste caso não quero dizer aquela constante de alegria, onde tudo é perfeito e nada de ruim nos acomete. Na verdade, os perrengues foram vários, desde situações complicadas de trabalho até questões estruturais mais sérias diante de um momento desafiador para o mercado de contratação de profissionais. Por isso, imagine uma felicidade mais complexa, uma que abraça a luz dos momentos mais incríveis e também não repudia a escuridão das situações mais difíceis.
Sob o comando do Márcio, entendi na prática o conceito de confiança radical, um jogo que precisa de pelo menos duas pessoas para ser jogado. De um lado, uma pessoa confia nas suas mãos algumas tarefas primordiais para que vocês consigam, juntos, chegar em algum destino. Do outro, você confia na outra pessoa de que ela vai saber o que fazer com tudo que conseguirem desta colheita. O resultado, que muitas vezes importa menos do que o processo, sempre acaba em aprendizado mútuo. O sucesso ensina muito porque padrões podem ser seguidos e estratégias podem passar por uma exponencialização.
🤌 Mas o fracasso sempre ensina muito mais.
É nele que a confiança é colocada sob prova de fogo. Eu e o Márcio vimos isso na prática. Um dos projetos em que colocamos tanto suor e esforço, elaborado do zero por nós dois e mais um colaborador, se transformou em um desastre completo. Ideias diferentes se cruzavam e não encontravam raízes, perspectivas opostas criavam conflitos e, no fim das contas, os resultados, por mais positivos que fossem, não compensavam tamanha dor de cabeça. Tudo isso ainda era intensificado pelo simples fato de que a confiança estava abalada.
Mas até mesmo uma situação como essa deixa ensinamentos. Inclusive, alguns dos mais valiosos. O principal deles sendo o exercício de se colocar na pele de outra pessoa, que é extremamente difícil quando um time é composto por membros que possuem ideias fortes. Mas é justamente aí que a Confiança Radical também aparece como salva-vidas. Coexistir em uma equipe, seja de tecnologia ou de futebol, só é possível quando confiamos que nossos parceiros de trabalho também querem o melhor resultado possível.
Entre alguns erros, muitos acertos e muitas conversas soltas sobre quem é o maior jogador da história do futebol (eu, um garoto de 24 anos, sou suspeito para falar de qualquer coisa sobre o Messi, enquanto o Márcio se mostra um fã ferrenho das lendas de antigamente 😅), eu vivi a confiança que o CTO da Impulso lhes apresenta toda semana. Quando havia espaço para testes, a humildade demonstrada por ele era exemplar. Um bom líder é aquele que sabe tirar o melhor proveito das habilidades do seu time. Em vez de nos podar, Márcio incentivava o teste, as nossas percepções e ideias mirabolantes. Ele sabia quando nos deixar sonhar, sabia quando nos puxar para a realidade e, mais do que tudo, também sabia confiar no próprio instinto.
Uma vez o Márcio me disse algo que estranhei por muito tempo. "Liderança não é uma democracia". Demorou para que eu entendesse como ele estava certo. Realmente, liderar não é ser a voz do povo. É ter a sabedoria de escutar as melhores ideias e alternativas, considerá-las e, com todo o contexto que se tem, escolher o melhor caminho, independentemente do que a maioria diz.
Márcio definitivamente não era uma voz do povo, mas sabia muito bem nos liderar pelos caminhos que precisávamos seguir, nunca nos abandonando em meio a processos difíceis ou culpabilizando pessoas por erros indevidos. E nos ajudando, durante todo o processo, a caminhar seguros. Afinal, ele sempre depositou uma confiança que realmente só pode ser chamada de radical. E tudo que ele pedia de volta era a mesma coisa.
Fiz isso durante todo o nosso ciclo juntos, mesmo quando o enchi de perguntas, questionamentos, provocações e mais algumas perguntas — eu nunca me cansava disso. A jornada de confiar em alguém, especialmente quando o fazemos radicalmente, leva tempo. Mas, gradualmente, consegui fazê-lo por completo e isso só nos preparou para construir coisas incríveis e jamais sonhadas em um time que, anteriormente, não tinha direção alguma e sofria consideravelmente com uma confiança mal depositada.
O trabalho ficou mais fácil, a parceria profissional se tornou muito mais eficiente e os resultados começaram a aparecer. E eu? Bom, eu fiz minha parte e fiquei tranquilo por saber que o capitão do navio era o melhor possível. Confiança é assim. Um jogo jogado por dois e que sempre é mais gostoso quando todo mundo joga do jeito certo. Como disse, foi um dos meus ciclos mais felizes como profissional. Aprendi a confiar no trabalho alheio e me entreguei para um time que hoje só posso olhar com muita alegria.
E quanto ao Márcio? Só espero que ele siga confiando nas pessoas e dando espaço para ideias malucas. Ele foi o melhor líder que já tive em toda a minha vida. E se tornou um grande amigo também.
Que privilégio.
🚀 Quero ajudar o autor!
Você já expressou sua admiração pelas pessoas, especialmente seus colegas de trabalho. Esta semana, coloque isso em prática e compartilhe comigo como foi sua experiência. Juntos, alcançamos mais.
Até a próxima quarta-feira.
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